Ronan espera eleição de sucessor
O prefeito Ronan Rosa Batista (PTB) está convicto de que poderá fazer seu sucessor em Niquelândia nas eleições municipais deste ano, o último de seu mandato, apesar dos sucessivos problemas que sua administração vem enfrentando nos últimos dois anos. Atrasos no pagamento dos salários do funcionalismo público (principalmente dos comissionados); do pagamento dos serviços prestados pelos transportadores escolares (especialmente na zona rural); e desgaste acentuado da pavimentação asfáltica (tomada por buracos); encabeçam a lista de queixas que podem prejudicar a pré-candidatura do vice-prefeito José Antonio da Caixa (PSDB) à vaga de Ronan, preferido dele, no pleito de outubro. Na tarde da quarta-feira (25), o prefeito voltou a admitir a responsabilidade por todos os problemas citados, dizendo que não interrompeu os gastos públicos (com obras e outros) no momento em que o preço da tonelada do níquel sofreu forte retração no mercado internacional (entre 2009 e 2010).
"Fizemos muitas obras, mas faltou também, da minha parte, o papel de ser gestor. Minha intenção é regularizar todas essas pendências financeiras. Naquele momento que a crise mundial veio, eu tinha de parar tudo e não parei. Não demiti ninguém e continuei fazendo obras. É uma coisa na qual admito que errei porque tenho o coração mole e pensei que a crise ia ser uma marola, mas foi um tsunami. No momento que eu não poderia cair, na eleição da Gracilene (Batista, sua esposa e primeira-dama, em 2010), eu não estava muito bem (administrativamente) e Niquelândia e o Norte perderam a chance de eleger uma deputada estadual, que teve mais de 14 mil votos. Se a cidade tivesse abraçado essa causa, Niquelândia teria mais força hoje na Assembleia Legislativa. Hoje, Niquelândia depende muito do Governo do Estado e vai depender muito mais nos próximos três anos, por conta da queda da nossa arrecadação de ICMS", comentou Ronan.
Segundo o prefeito, como o município deixou de investir recursos próprios na conservação do asfalto por conta da alegada crise, foi necessário recorrer ao governador Marconi Perillo (PSDB) para que o Estado liberasse 500 mil metros quadrados de lama asfáltica (micro-pavimento) para recuperar 70% das ruas e avenidas da cidade (ao custo de R$ 5 milhões) a partir de março ou abril (ao término do período chuvoso). Entre 2007 e 2010, nos quatro anos de mandato do então governador Alcides Rodrigues (PP), Ronan disse que a cidade sob seu comando não recebeu um real sequer de investimento do Estado, porque resolveu posicionar-se do lado de Marconi (então senador, com quem Alcides havia rompido relações). Segundo o prefeito, tal atitude valeu a pena. Ronan citou a liberação do asfalto e a proximidade da conclusão das obras de saneamento básico (orçadas em R$ 21 milhões), uma vez que a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) foi inaugurada por Marconi em dezembro último. Com esse argumento, Ronan foi duro ao comentar a postura de seus opositores políticos na cidade que articularam uma Comissão Processante de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Niquelândia para investigar supostas irregularidades no seu mandato.
"Vou bater muito nessa questão (da CPI) no palanque, até pelo bem de Niquelândia, não apenas em meu favor. O (ex-prefeito) Joaquim Tomaz (de Aquino, já falecido, de que Ronan foi vice em 2005) foi cassado por nada, simplesmente para gerar uma moeda de valor. Cria-se um problema e alguém ganha com isso. O (ex-prefeito) Luiz Teixeira foi cassado em Niquelândia por quê? Ninguém sabe. Eles (a oposição) tentaram conversar comigo, mas não quero negociar com ninguém. Sei os royalties do minério foram usados para pagar a folha (dos servidores públicos) e para outras coisas, o que não poderia ter ocorrido. Mas, sobre isso, eu tenho é de prestar contas para a Justiça. E essa CPI é uma moeda (de troca) que vai até o osso, mas que não vai ser valorizada por mim, porque sei que não fiz nada de errado nas obras da Praça do Tucunaré Azul, entre outras coisas. Estou absolutamente tranquilo com tudo isso", afirmou Ronan Batista.
Fonte: Jornal Diario do Norte